A Prefeitura de Araras lança nesta terça-feira (9) o programa de Apadrinhamento Afetivo, que permite que cidadãos se tornem padrinhos ou madrinhas afetivos de crianças atendidas por abrigos de acolhimento institucional da cidade, que estão em situação de abandono ou cujos pais perderam a guarda. O evento acontece no Centro Cultural Leny de Oliveira, às 19h.
Os interessados em participar do programa não podem visar a adoção propriamente dita das crianças. Os padrinhos e madrinhas irão, no caso, oferecer seu tempo livre aos fins de semana e feriados para levarem as crianças ao convívio familiar, proporcionando afeto, acolhimento e assistência moral.
“É importante destacar que o programa não é destinado a pais que queiram adotar estas crianças, mas sim para padrinhos e madrinhas dispostos a dar oportunidade para que esse público conheça um lar e uma família. Além disso, eles poderão oferecer também respaldo financeiro dentro de suas possibilidades”, explicou a assistente social do Creas (Centro Especializado de Assistência Social), Viviane Zanchetta.
A ação é destinada a crianças e adolescentes, de oito a 17 anos, assistidos por entidades como o Centro Educacional Romana Ometto e o Lar Nova Vida. O programa visa principalmente atender crianças e adolescentes que têm chances remotas ou inexistentes de retornar a família de origem ou ir para uma família substituta.
O programa tem por objetivo também proporcionar novas experiências que contribuam para criação de laços afetivos e promoção do desenvolvimento integral deles.
Regulamentado pela lei nº 4.657, de 11 de outubro de 2013, o programa conta com uma Comissão Organizadora Municipal, composta por membros do Centro Educacional Romana Ometto, Lar Nova Vida, Comdicar (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), do Conselho Tutelar e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), além de técnicas do poder judiciário do município.
Cabe a essa comissão a responsabilidade pelo cadastro prévio dos candidatos, realização de estudo psicossocial, além de capacitação e acompanhamento das famílias e visitas domiciliares.
Quem pode ser padrinho ou madrinha das crianças?
O padrinho ou madrinha afetivo é aquele cidadão que não tem interesse em adotar as crianças. São pessoas que irão dispor de seu tempo para manter contatos regulares com crianças e adolescentes, dando carinho e atenção, podendo levá-los para passear, passar fins de semana em sua casa ou mesmo nas férias escolares. Poderão também orientá-los com relação aos cuidados com a saúde, aporte financeiro e apoio nos estudos.
Os interessados em ingressar no programa devem ter idade acima de 24 anos (respeitando-se a diferença de 16 anos entre padrinho/madrinha dos afilhados), residir em Araras, não participar do Cadastro Nacional de Adoção, participar da entrevista e das oficinas de sensibilização, ter disponibilidade de tempo e efetiva, e não possuir demanda judicial envolvendo criança e adolescente.
Para firmar o compromisso, os casais candidatos ao apadrinhamento precisam assinar declaração de concordância mútua. O cadastramento definitivo dos padrinhos se dará após homologação do Poder Judiciário, ouvindo o Ministério Público.
Os interessados poderão acessar a ficha cadastral para preenchimento no site da Prefeitura de Araras - www.araras.sp.gov.br - ou solicitar a ficha via o email apadrinhamentoafetivo@araras.sp.gov.br. Na impossibilidade de realizar contato via internet, os interessados poderão ainda ligar no telefone 3547-9307 do Creas, das 8h às 15h, para preenchimento da ficha de inscrição e posterior entrevista pessoal.
Quais são os benefícios do apadrinhamento afetivos?
O programa oferece benefícios tanto para as crianças atendidas pelos abrigos quanto para os padrinhos e madrinhas interessados. As crianças e adolescentes terão a oportunidade de compartilhar momentos cotidianos de família, vivenciando experiências saudáveis e proporcionando referência de valores afetivos, sociais e educacionais.
Já os padrinhos e madrinhas poderão usufruir da convivência transformadora a partir da formação de vínculos que envolvem a participação do cuidado e da história de vida das crianças e adolescentes.
Horácio Busolin Júnior / Secom