A Secretaria Municipal de Saúde intensificou o alerta e anunciou medidas emergenciais em relação ao crescente número de casos de dengue confirmados na cidade.
Boa parte desse fenômeno é atribuída pela pasta ao armazenamento de água de chuva ou mesmo de máquina de lavar, sem os devidos cuidados, favorecendo o número de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Até o momento, já são 50 casos confirmados de dengue na cidade, além de 60 suspeitas aguardando resultado de exames para diagnóstico e outros 31 casos com resultado negativo. Mas, esses números tendiam à mudança ainda nesta quinta-feira (19), com atualizações sendo feitas a cada dia.
“A situação é bem diferente, ainda, da vivenciada em municípios próximos, que têm milhares de casos, mas nós não estamos nada tranquilos. Pelo contrário. A situação é de alerta para que não cheguemos a patamares mais críticos”, diz a secretária da pasta, Vandersi Pavan Bressan.
Ela informou que determinou a compra de um lote de testes rápidos para agilizar o diagnóstico da doença. “Enquanto o teste convencional nos dá uma resposta a partir do 6º dia de sintomas e o resultado nos chega quando o paciente já está no 7º ou 8º dia, o teste rápido nos dá a resposta na mesma hora”, compara.
Com o diagnóstico mais rápido, a Secretaria de Saúde tem condições de agilizar também outras medidas, como o bloqueio, com nebulização de áreas pré-definidas no protocolo de combate à dengue, no entorno de casas de pacientes com casos confirmados. Também é possível agilizar a eliminação dos criadouros detectados.
A primeira compra totaliza cem unidades de testes rápidos, que ficarão na Vigilância Epidemiológica, enquanto se finalizam protocolos de distribuição. Em seguida, serão disponibilizados para o Pronto-Socorro da Santa Casa e para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Elisa Sbrissa Franchozza, na zona leste.
“Caso a situação se agrave, disponibilizaremos também para as demais unidades de saúde”, explica a secretária.
Rapidez na notificação
Vanda também reforçou a orientação para os médicos da rede municipal notificarem os casos de dengue já na suspeita. “E estamos pedindo o mesmo para profissionais de outras redes ou mesmo particulares, pois é de suma importância nos comunicar já quando o paciente surge com os primeiros sintomas, pois isso nos ajuda a aprimorar ainda mais nossas ações de forma rápida”, diz ela.
Dengue X crise hídrica
A questão da dengue vem se agravando em Araras devido, em boa parte, à crise hídrica, na avaliação da Secretaria Municipal de Saúde.
Com o racionamento de água no sistema 12h por 36h em vigor desde o início de dezembro, muita gente contrariou a orientação da Prefeitura e passou a armazenar água em grandes quantidades, usando principalmente tambores, baldes, caixas sobressalentes, entre outros recipientes. E, em muitos casos, conforme as equipes de combate à dengue constataram in loco, sem os devidos cuidados como tampar totalmente os recipientes e lavá-los com bucha a cada recarga.
Houve situações, já divulgadas pela Saúde, em que os agentes encontraram em algumas casas água que os moradores declararam ser de reuso proveniente da máquina de lavar ou do tanquinho. “Mas aí foi misturada a água com amaciante juntamente com a água de chuva, o que diluiu bastante o conteúdo do recipiente, criando condições para o mosquito se reproduzir ali mesmo”, comenta Vanda.
A Prefeitura vem também intensificando ações de conscientização sobre os perigos da dengue, com a divulgação de anúncios em jornais, rádios e também em som de rua sobre o assunto.
Secom/PMA
