Discutir o patrimônio cultural de Araras é o objetivo da próxima reunião setorial da revisão do Plano Diretor do município. O encontro acontece segunda-feira (2), às 19h30, no Centro Cultural Leny de Oliveira Zurita e será aberto a técnicos do setor, como historiadores, arquitetos, memorialistas, professores, representantes do Conselho da Cultura e do Comphac (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural).
O objetivo da reunião técnica é discutir o futuro do patrimônio cultural material e imaterial da cidade.
É considerado patrimônio material aquele composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
Já os bens culturais considerados imateriais são aqueles relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
No mês de janeiro, reuniões setoriais foram realizadas com dois grupos técnicos distintos: no dia 13, com representantes do setor imobiliário; e no dia 15, com técnicos e convidados do setor de meio ambiente.
Todos os dados coletados nas reuniões setoriais irão contribuir para a elaboração da Leitura Técnica. Esta etapa que consiste na coleta de dados sobre o município em diversas áreas já teve início no ano passado, com reuniões internas realizadas com setores da administração municipal.
Juntamente à Leitura Técnica foram realizadas também em 2014 oficinas regionais com a participação da população – etapa chamada de Leitura Comunitária. Após estes dois processos, a proposta é cruzar os dados obtidos nas duas leituras para elaboração de um relatório final, denominado de Análise Temática Integrada.
Ciclo de palestras
O Ciclo de Palestras foi finalizado na última quinta-feira (29), com encontro ministrado pela doutora em arquitetura Vanessa Gayego Bello Figueiredo. Ex-subprefeita de Paranapiacaba, distrito de Santo André, ela fez palestra sobre o tema O Desa¬fio de planejar a cidade: questões sobre o planejamento urbano em Santo André.
“Durante o processo de revisão, é comum a população apresentar sugestões variadas, que podem e devem originar políticas públicas nas mais diversas áreas da administração. É necessário, no entanto, tirar destas políticas públicas o que realmente tem impacto direto no território. Esta é a matéria principal do Plano Diretor”, explicou a doutora em arquitetura.
Ela ainda acrescentou que a sociedade precisa se articular de maneira organizada e buscar harmonia para a implementação das ações. “A lei tem que articular todos os setores da sociedade em busca do bem comum. Um dos pontos importantes que necessitam de atenção, especialmente nas cidades de médio porte, é a expansão urbana. Perder área rural é perder economia.
Com estudos técnicos, é possível readequar vazios urbanos, possibilitando que eles tenham uma ocupação mais próxima da realidade do município ”, definiu.
O Ciclo de Palestras teve por objetivo reforçar ainda mais a importância do Plano Diretor para o crescimento ordenado da cidade e da participação popular em todo o processo.
Prestigiaram o evento o vice-prefeito Carlos Alberto Jacovetti, secretários da administração, os vereadores Breno Zanoni Cortella e Carlos José da Silva Nascimento (Zé Bedé), além de representantes de APPA (Associação de Proteção e Preservação Ambiental de Araras, Aheda (Associação de Educação do Homem de Amanhã de Araras), engenheiros, estudantes e os vereadores jovens Bianca Silva (presidente da Câmara Jovem) e Leonardo Ferrari Bueno.
Na última terça-feira (27), o público conferiu mais informações sobre como foi elaborado o Plano Diretor de Curitiba. Coordenador do documento da capital paranaense, o arquiteto Miguel Roguski expôs ao público na palestra realizada na última terça-feira (27) os resultados positivos e os problemas urbanos que foram enfrentados naquela cidade.
Horácio Busolin Júnior /Secom
