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Publicado em: 10/06/2015 às 16:04
Apadrinhamento afetivo é opção para quem quer compartilhar afeto e criar vínculos
Projeto que visa proporcionar às crianças de abrigos oportunidade de convívio familiar e estreitamento de laços foi lançado nesta terça-feira pela Prefeitura

Crianças e adolescentes em situação de abrigo em entidades conveniadas à Prefeitura de Araras, por meio da Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social, serão inseridas em Programa de Apadrinhamento Afetivo. O projeto foi lançado na noite da última terça-feira (9), no Centro Cultural Leny de Oliveira Zurita.

O lançamento foi feito pela Comissão de Apadrinhamento Afetivo de Araras, presidida pela assistente social Viviane Zanchetta, tendo como vice a irmã Lúcia Terezinha Antonio, que também é coordenadora do Centro Educacional Romana Ometto, uma das entidades de abrigo que inclusive possui crianças aptas ao apadrinhamento afetivo. Todo o programa é supervisionado pelo Creas (Centro de Referência em Assistência Social) e pela Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social.

O Programa de Apadrinhamento Afetivo permite que os cidadãos se tornem padrinhos ou madrinhas afetivos de crianças e menores de 7 a 18 anos, atendidos por abrigos de acolhimento institucional da cidade, que estão em situação de abandono ou cujos pais perderam a guarda, por decisão da Justiça. O programa visa principalmente atender crianças e adolescentes que têm chances remotas ou inexistentes de retornar a família de origem ou ir para uma família substituta.

Para o prefeito Nelson Dimas Brambilla, apadrinhar afetivamente é contribuir para o desenvolvimento de uma criança ou adolescente que necessita de referências familiares. É cuidar, dar afeto, orientar, estimular nos estudos, proporcionar momentos de lazer, impor limites, para crianças e adolescentes que estão em um abrigo, e que tem pouca possibilidade de ser adotado.

"Aqueles que se tornam padrinhos ou madrinhas devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a formação plena de crianças e adolescentes abrigados dando ao outro sem pedir nada em troca, a não ser o sentimento de afeto que certamente será retribuído. É necessário e importante que se crie laços. Seja ele de amizade, carinho e amor”, ressaltou.

Já para a psicóloga Cristiane Ferreira, de Ribeirão Preto, que trabalha em projeto similar naquela cidade e veio relatar sua experiência, a existência do programa em Araras é de extrema importância. “Este projeto recebe uma atenção especial, pois trabalha com os olhos do futuro e se importa com a construção do afeto. Esta aproximação das pessoas com as crianças deve ser muito estimulada, pois de forma espontânea criará vínculos familiares permanentes e fará com que as crianças se sintam pertencentes a uma entidade familiar", disse.

De acordo com a assistente social do Creas Viviane Zanchetta, toda a equipe participou de uma capacitação que proporcionou mais conhecimento, esclarecimentos, reflexão e sensibilização aos operadores do sistema de garantia de direito quanto à necessidade da preparação de famílias para adoção e para o apadrinhamento afetivo.

“Como coordenadora, eu estou muito feliz, afinal, depois de tanto tempo, ver este projeto dando certo é muita emoção! No ano passado, toda a nossa equipe participou de uma capacitação que nos proporcionou mais conhecimento na área. Realmente estamos preparados para receber este projeto em Araras e o nosso foco é mostrar que toda criança tem direito de vivenciar uma relação com características familiares”, salientou.

Apadrinhamento não visa adoção
O programa não é destinado a pais que queiram adotar essas crianças, mas sim para padrinhos e madrinhas dispostos a dar oportunidade para que esses menores vivenciem situações comuns a um lar e uma família. Além disso, eles poderão oferecer também respaldo financeiro, dentro de suas possibilidades.
Regulamentado pela lei nº 4.657, de 11 de outubro de 2013, o programa conta com uma Comissão Organizadora Municipal, composta por membros do Centro Educacional Romana Ometto, Lar Nova Vida, Comdicar (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), do Conselho Tutelar e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), além de técnicas do poder judiciário do município.

Cabe a essa comissão a responsabilidade pelo cadastro prévio dos candidatos, realização de estudo psicossocial, além de capacitação e acompanhamento das famílias e visitas domiciliares.

Estavam presentes no lançamento a primeira-dama e presidente do FUSS (Fundo Social de Solidariedade) Elaine Brambilla, a presidente do Comdicar Josiane Bragin, o presidente do Conselho de Assistência Social Luiz Antonio de Freitas, a coordenadora do Creas Laura Giachetti Botezelli e a secretária municipal de Ação e Inclusão Social Regina Helena Costa Picolini.

Quem pode ser padrinho ou madrinha das crianças?
O padrinho ou madrinha afetivo é aquele cidadão que não tem interesse em adotar as crianças. São pessoas que irão dispor de seu tempo para manter contatos regulares com crianças e adolescentes, dando carinho e atenção, podendo levá-los para passear, passar fins de semana em sua casa ou mesmo nas férias escolares. Poderão também orientá-los com relação aos cuidados com a saúde, aporte financeiro e apoio nos estudos.

Os interessados em ingressar no programa devem ter idade acima de 24 anos (respeitando-se a diferença de 16 anos entre padrinho/madrinha dos afilhados), residir em Araras, não participar do Cadastro Nacional de Adoção, participar da entrevista e das oficinas de sensibilização, ter disponibilidade de tempo e efetiva, e não possuir demanda judicial envolvendo criança e adolescente.

Para firmar o compromisso, os casais candidatos ao apadrinhamento precisam assinar declaração de concordância mútua. O cadastramento definitivo dos padrinhos se dará após homologação do Poder Judiciário, ouvindo o Ministério Público.
Os interessados poderão acessar a ficha cadastral para preenchimento no site da Prefeitura de Araras - www.araras.sp.gov.br - ou solicitar a ficha via o email apadrinhamentoafetivo@araras.sp.gov.br. Na impossibilidade de realizar contato via internet, os interessados poderão ainda ligar no telefone 3547-9307 do Creas, das 8h às 15h, para preenchimento da ficha de inscrição e posterior entrevista pessoal.

Quais são os benefícios do apadrinhamento afetivos?
O programa oferece benefícios tanto para as crianças atendidas pelos abrigos quanto para os padrinhos e madrinhas interessados. As crianças e adolescentes terão a oportunidade de compartilhar momentos cotidianos de família, vivenciando experiências saudáveis e proporcionando referência de valores afetivos, sociais e educacionais.

Já os padrinhos e madrinhas poderão usufruir da convivência transformadora a partir da formação de vínculos que envolvem a participação do cuidado e da história de vida das crianças e adolescentes.


Secom/PMA
Colaborou Ramon Rossi