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Publicado em: 27/04/2015 às 12:51
Circuito Sesc de Artes reuniu mais de 4,3 mil pessoas na Praça Barão de Araras
Evento, que aconteceu no último domingo (26), contou com diversas manifestações culturais com destaque para o show o compositor e guitarrista Felipe Cordeiro

Mais uma vez o Circuito Sesc de Artes em Araras foi sucesso de público. De acordo com a organização do evento, 4.390 compareceram às atrações culturais gratuitas oferecidas na Praça Barão, no último domingo (26).

O evento é uma realização do Sesc, com apoio da Prefeitura de Araras, por meio da Secretaria Municipal de Ação Cultural e Cidadania.

Destaque da programação, o show do compositor e guitarrista Felipe Cordeiro contagiou o público presente colocando todos para dançar os ritmos paraenses. Com estilo denominado por ele de pop tropical, que mistura brega, carimbó, guitarrada e lambada, Cordeiro apresentou músicas do seu segundo disco solo Se Apaixone Pela Loucura do seu Amor, com destaque para Problema Seu, canção que conquistou o primeiro lugar na lista da revista Rolling Stone.

Ao final do espetáculo, o cantor convidou os músicos do grupo Grande Cia. Brasileira de Mystérios e Novidades (RJ), que apresentaram o Teatro Uirapuru, para subirem ao palco e fazer uma jam session. “Muito obrigado, Araras! Vocês têm aqui uma cidade muito bonita. Adorei. É só me convidarem, que eu volto”, disse o músico, que ainda fez um bis atendendo a pedidos do público.

A estudante Lara Cerquetani, de 16 anos, assistiu ao show e achou a apresentação maravilhosa. “É a primeira vez que venho ao Circuito Sesc e achei tudo ótimo e de muita qualidade. Araras precisa de mais eventos como esse, que levam a cultura para espaços públicos, fora dos teatros”, disse.

O secretário de Ação Cultural e Cidadania Marcelo Daniel (Mussa) afirmou que o público registrado em Araras, mais uma vez, foi um dos mais expressivos da região. “Nosso objetivo foi alcançado em levar cultura de qualidade aos espaços públicos. Pudemos conferir atrações de nível internacional, colocando o público ararense em contato com novidades em diversas áreas culturais como música, literatura, dança contemporânea e teatro”, afirmou Mussa.

Literatura, games e teatro
Durante o Circuito, o público também aprendeu a confeccionar livros utilizando caixas de papelão, na oficina Dulcineia Catadora. Os participantes tiveram à disposição folhas, fotos, tintas, linhas para costura e escolheram o conteúdo de seu interesse para montar o livreto, que pode ser levado para casa.

Ainda dentro da área de literatura, a ação Leve Livro disponibilizou uma estante móvel na Praça, com cerca de 200 livros para o público ler e trocar. A ação buscou criar relações entre os leitores, estimulando diálogos literários, conversas sobre as narrativas que cada um já leu, proporcionando, assim, a troca de experiências.

A estudante Laura Dahmen, 25, participou das atividades do Leve Livro e adorou a proposta. “Achei muito boa a atividade, pois atrai crianças e adolescentes, e incentiva a leitura de poesias e literatura. Sem contar que, além disso, pude conferir diversas atrações do Circuito Sesc, como música e encenações teatrais. A cidade precisa de eventos como esse, que valorizam a cultura e atraem a população para prestigiar”, disse.
Já o game performático Et Color brinca com as novas tecnologias.

A instalação interativa propõe que as pessoas encontrem à sua volta a cor que o mestre Pantone designar.

A programação contou ainda com o Teatro Uirapuru. Inspirada nas operetas de Belém do Pará, a peça conta a lenda do Uirapuru e dos pássaros encantados, seguindo a tradição amazônica. Ao final da peça, atores junto com crianças plantaram uma muda de pau brasil na Praça, valorizando a preservação do meio ambiente.

Direto da Europa
Outro destaque do Circuito Sesc que arrancou aplausos do público foi a apresentação do espetáculo Nois Um. Encenado pela Companhia De lá pra cá, o espetáculo uniu dança contemporânea, acrobacia e música. Os bailarinos Marina Collares e Ronan Lima, que são casados, criaram uma coreografia sincronizada que une os corpos e articula suavidade e impacto de maneira poética.

Com seus olhares profundos e radiantes, os bailarinos também são espectadores do público. Como pano de fundo, a música oferece textura às diferentes qualidades de movimentos. Tudo isso ao som do instrumento hang, construído a partir de duas meia-conchas de chapas de aço nitretadas coladas pelas bordas, deixando o interior oco e criando um formato de ovni.

O instrumento tocado por Pedro Collares, irmão de Marina, produz nuances que misturam a percussão e harmonia que deram atmosfera íntima e sutil ao espetáculo.

O grupo passou seis anos na Europa e já se apresentou por vários Estados do Brasil, como a Bahia, e também na África. “A peça foi idealizada quando estávamos na Europa e realizamos muita pesquisa técnica para compor os movimentos baseados em balé clássico e circo contemporâneo. Um espetáculo como esse exige muito preparo corporal e, para isso, chegamos a treinar todos os dias. Valorizamos muito também a interação com o público e aqui em Araras não foi diferente. Todos interagiram com a peça, principalmente as crianças”, ressaltou Marina.

Esta foi a quinta vez que o espetáculo foi encenado ao público e a terceira no Circuito Sesc, que ainda segue até 10 de maio.
Este ano, o Circuito Sesc de Artes chega a 108 cidades do interior, litoral e Grande São Paulo e mais a capital, com programação itinerante formada por 12 roteiros diferentes, sendo que cada um deles vai percorrer nove cidades do interior do Estado.

Ao todo, serão 68 atrações e 615 apresentações e intervenções artísticas nos finais de semana (sextas, sábados e domingos) com a participação de 392 artistas.

Araras faz parte do roteiro 10 da Região de São Carlos, que inclui ainda as cidades de Mococa, Itirapina, São João da Boa Vista, Pirassununga e Brotas.

Horácio Busolin Júnior/Secom