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Publicado em: 26/01/2015 às 13:53
Fé e Economia de água marcam Águas de Oxalá
Evento aconteceu no último domingo (25), na região central, e reforçou ainda mais a importância da economia no uso da água

O tradicional Cortejo Águas de Oxalá, que aconteceu no último domingo (25), na região central, reforçou o uso consciente da água. Adaptado ao período de crise hídrica que Araras enfrenta, o evento utilizou quantidade mínima de água para realizar a lavagem simbólica da escadaria da Igreja Santa Cruz e também lavar a cabeça e as mãos dos participantes.

Organizado pela Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Ilê Axé de Yansã, junto do Conselho Municipal da Participação, Desenvolvimento da Comunidade Negra de Araras e com apoio da Prefeitura de Araras, o Cortejo usou água retirada de poço artesiano localizado no Assentamento Araras 3, onde fica a própria Oscip. A alternativa, que foi proposta durante reunião com representantes da Prefeitura, evitou prejuízos ao abastecimento da cidade.

A concentração do evento aconteceu na Praça Monsenhor Quércia (Calçadão). De lá, os participantes seguiram pelas ruas Praça Barão de Araras, Francisco Leite e Barão de Arary até chegarem à Igreja Santa Cruz.

“O evento este ano foi muito positivo. Durante a concentração, no Calçadão, tivemos uma explicação sobre o meio ambiente e o uso correto da água. A lavagem da Igreja foi um ato mais simbólico, porém com toda a energia e o louvor dos orixás. Cada ano aumenta mais o público que acompanha o Cortejo e vai lá agradecer uma graça conquistada. Fica aqui o agradecimento à Prefeitura de Araras e também à Secretaria Municipal de Cultura, que todo ano nos apoia neste importante evento”, disse o professor Élvio Mota, diretor da Oscip.

A programação do Cortejo contou ainda com confraternização e roda de samba no Centro de Convivência da Terceira Idade Hilda Masson Bordin Maretto.

História


Em Araras, o Cortejo Águas de Oxalá teve início ainda na década de 80, com o babalorixá Adailton de Yansã, em parceria com o Acervo Cultural Afro-brasileiro, coordenado por Neuza Maria Pereira Lima.

No início, o evento envolvia a lavagem da escadaria sob a imagem do Cristo Redentor, no Jardim São João. Há cerca de 10 anos, o ato passou a ser realizado na Igreja Santa Cruz.

A realização do cortejo ajuda a intensificar a luta pelo racismo e também ganhou forças com a Lei 4.295/09, que instituiu o Dia Municipal da Intolerância Religiosa. O projeto de lei é de autoria do ex-presidente da Câmara Municipal, Breno Zanoni Cortella, e foi aprovado em 2009.

Secom/PMA
Com a colaboração de Ramon Rossi