A cidade de Araras dá um salto importante na preservação ambiental. O IBPN (Instituto Brasileiro de Proteção à Natureza), que firmou convênio com a Prefeitura em janeiro de 2012, obteve a licença para operar a Área de Soltura e Monitoramento (ASM) de aves silvestres, já instalada em área particular, localizada na zona rural da cidade.
A licença foi expedida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente do Estado.
Nesta área, as aves serão reintroduzidas ao seu habitat natural - especialmente as araras, que povoavam as paisagens locais na época em que a cidade foi fundada, originando, inclusive, o nome do município.
As aves serão encaminhadas à Área de Soltura e Monitoramento pelos diversos Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) do Estado de São Paulo – a cidade de Araras também terá uma unidade deste Centro no Parque Municipal “Fábio da Silva Prado” - Lago Municipal. A construção deste espaço faz parte do projeto de revitalização do parque, que tem entrega prevista para o dia 22 de junho.
O Cras vai receber aves apreendidas pela Polícia Militar Ambiental em cativeiro ou vítimas de acidentes, e oferecer todos os cuidados veterinários necessários para a reabilitação e reintrodução delas ao habitat natural, por meio da ASM.
O projeto visa, principalmente, espécies como a Arara-canindé (Ara ararauna) e a Arara-vermelha (Ara chloropterus). O objetivo é justamente preservar estas aves, que são símbolos do município, e requalificar áreas de fragmentos florestais existentes na cidade.
As ASM são áreas previamente cadastradas na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, consideradas aptas a receber determinadas espécies de animais silvestres para soltura e monitoração, com o objetivo de reintrodução, revigoramento populacional ou experimentação.
As Áreas de Soltura e Monitoramento são importantes, pois permitem a destinação rápida e adequada das espécies aptas ao retorno à natureza. Além disso, estas áreas configuram-se como fragmentos florestais, com flora alimentícia apropriada para a sobrevivência dessas aves.
Outro objetivo das áreas de soltura é a preservação das espécies ameaçadas de extinção. Reabilitadas e soltas, elas auxiliarão no revigoramento genético da população nativa.
Para a diretora de projetos da Secretaria de Planejamento, Gestão e Mobilidade, Adriana Corsini Menegolli, esse é mais um passo importante para a instalação do Cras no Lago Municipal.
“O Cras visa fomentar o interesse sobre fauna que se perdeu na cultura urbana contemporânea. O espaço receberá os animais para reabilitação e promoverá ações de educação ambiental. As aves tendem a viver livremente e retornar ao ambiente em que foram cuidadas. Com a rearborização do Lago, reconstituída de maneira a promover suporte alimentar a estas aves, provavelmente as veremos passear pelo local muito em breve”, explicou.
Ainda segundo ela, a proposta é aproveitar outras áreas rurais da cidade que servirão como fragmentos de florestas, propícias e aptas à reintegração das aves, “uma vez que uma mata sem fauna é uma mata sem vida”, reforçou a diretora de projetos.
Preocupação com o meio ambiente
As ASM são de importância vital para o controle ambiental e preservação do meio ambiente. Soltas nestas áreas, as aves contribuirão para a manutenção dos serviços ecossistêmicos como polinização, dispersão de sementes, deposição de nutrientes, controle de pragas e decomposição.
A avifauna (arara) constitui o principal grupo faunístico a ser destinado às ASMs, uma vez que constitui 90% das apreensões de animais silvestres no Estado de São Paulo. Pela reconhecida importância desse grupo como dispersor de sementes, ele pode representar um potencial auxílio para a restauração de fragmentos florestais e complementação de corredores ecológicos, contribuindo efetivamente para a melhora da qualidade ambiental dos ecossistemas.
Termo de Cooperação Técnica
Em janeiro de 2012, foi firmado Termo de Cooperação Técnica entre a administração municipal e o IBPN, que consolidou a parceria para a instalação da ASM e a consultoria para a instalação do Cras.
Além de prever a instalação do Cras em uma área urbana (Lago Municipal) e da Área de Soltura e Monitoramento de Animais Silvestres (área localizada na zona rural), o termo também deixa claro que poderão ocorrer solturas de outras espécies da fauna silvestre, a critério do Ibama, mediante anuência por parte do município de Araras - esses animais serão disponibilizados pelo Ibama.
A Prefeitura fará repasse de verbas para o IBPN, mas os custos referentes à alimentação dos animais, manutenção dos viveiros e medicamentos na área de soltura e monitoramento serão arcados pelo proprietário do imóvel rural, que irá sediar o projeto.
Revitalização do Lago Municipal
As obras de revitalização do Parque Municipal “Fábio da Silva Prado” (Lago Municipal) vão transformar a área onde ficava o antigo zoológico em espaço de lazer contemplativo e promoção da consciência ambiental.
Os serviços, que contam com investimentos do Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, e também da Prefeitura de Araras, seguem dentro do cronograma previsto pela Secretaria Municipal de Planejamento, Gestão e Mobilidade.
Entre as novidades que estão em construção no local estão fonte interativa com água tratada, onde as crianças poderão brincar, além de lago ornamental e jardim sensorial.
Para incentivar atividades esportivas, haverá ainda um espaço coberto permanente, que será disponibilizado aos munícipes, além de nova iluminação e ampla área de passeios.
Depois da reforma na área do playground, que foi entregue em fevereiro, e do antigo zoológico, ainda estão previstas intervenções no entorno do Lago, construção de quiosques para lanches e reforma do coreto e sanitários, além de melhorias nos passeios e iluminação.
A proposta da Prefeitura é resgatar uma das principais áreas de lazer da cidade e incentivar que famílias de Araras e de outros municípios da região frequentem o local.
Horácio Busolin Júnior /Secom