Com inauguração marcada para o dia 31 de março, o Centro POP (Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua) pode levar o nome do médico, vereador, prefeito de Araras e deputado estadual Narciso Gomes. O projeto de lei nº 12/2016 de autoria do Poder Executivo foi protocolado na Câmara Municipal e deve ser votado nesta semana.
O Centro POP, que irá funcionar em um prédio localizado na Rua Visconde do Rio Branco, 675, Centro, atenderá até 80 pessoas e será implantado com recursos do Governo Federal, por meio do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome). A manutenção do local vai contar com investimentos do Município de Araras e também do MDS.
A unidade do Centro POP de Araras é a 3ª a ser implantada na região e vai oferecer serviços de abordagem social, espaço para higiene pessoal e alimentação, além de oficinas socioeducativas e encaminhamento à rede socioassistencial. O Centro irá funcionar em um prédio na região central, que ainda será definido pela administração.
Entre as atividades socioeducativas que serão desenvolvidas estão inclusão familiar; capacitação do cidadão; encaminhamento para cursos profissionalizantes; acolhimento e cuidado em Caps (Centro de Atendimento Psicossocial) e grupos de autoajuda; inserção na rede de ensino e disponibilização de atividades esportivas, culturais, de lazer e ocupacionais, bem como, atividades religiosas e de valorização da autoestima, desenvolvidas com o apoio de voluntários.
Como vai funcionar o Centro POP?
Após cadastro e identificação do atendido, o Centro POP realiza o encaminhamento dele para tratamento de saúde e comunidades terapêuticas, orientação sobre acesso à documentação civil e oferta de cursos de capacitação.
O acesso aos serviços acontece por abordagens nas ruas ou busca espontânea, seguido de entrevista social, com finalidade prioritária de retorno familiar. Também são realizados encaminhamentos a recursos sociais, abrigamento e albergagem.
A unidade deverá funcionar necessariamente nos dias úteis, no mínimo 5 dias por semana, durante 8 horas diárias, assegurada a presença de equipe profissional necessária para assegurar o bom funcionamento do Serviço.
O Centro será composto por equipe formada por um coordenador, assistentes sociais, psicólogos, técnico de nível superior com formação em Direito, Pedagogia, Antropologia, Sociologia, Arte-educação, Terapia Ocupacional, profissionais de nível superior ou médio para a realização da abordagem social, desenvolvimento de oficinas socioeducativas, entre outras atividades, e auxiliar administrativo.
“Pai da Pobreza”
Dr. Luiz Narciso Gomes nasceu em 1.857, na Bahia. Estabeleceu-se ainda jovem em Araras-SP. Casado com a filha de italianos, D. Carolina, com ela teve 13 filhos. Como médico, não fazia distinção entre ricos e pobres, com estes praticando a caridade, merecendo a denominação de “Pai da Pobreza”. No atendimento, não tinha dia, noite e hora.
Dr. Luiz Narciso Gomes teve a iniciativa de propor a fundação da Santa Casa de Misericórdia, rejeitando a ideia de que lhe fosse dado o nome ao Hospital, sugerindo que fosse denominado de Hospital São Luiz, o que foi feito.
Dedicou-se muito à colônia italiana, que, em reconhecimento, lhe fez a doação da residência em que morava, até então alugada. Pouco tempo teve para frequentar a sociedade de Araras, não obstante muitas vezes fosse convidado para assistir ao teatro, saraus artísticos, casamento, reuniões familiares.
Nas poucas vezes que pode ir, chegou a abandonar o recinto para atendimento dos enfermos.
Aos 50 anos, Dr. Narciso Gomes ingressou no PRP (Partido Republicano Paulista). A carreira de político começou a ganhar força quando foi eleito vereador em 1910. Alguns meses depois, ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal, e em 1912, ocupou o cargo de presidente da casa. Reeleito em 1915, ficou como presidente da Câmara por 15 anos.
Em 1919, foi eleito deputado estadual ocupando o posto na Assembleia por dois anos. Em 1922, atingiu o cargo máximo no governo do município, o de prefeito de Araras. Faleceu no dia 24 de agosto de 1923, aos 65 anos de idade, vítima de uma gripe pneumônica que contraiu de um paciente. O último parente vivo da família Gomes, a filha Leila, faleceu aos 92 anos, em fevereiro de 1999.
Horácio Busolin Júnior/Secom