O Conselho de Regulação do Saema (Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras) aprovou a nova tarifa de água e esgoto para o Município, estabelecida pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias PCJ (Ares-PCJ), órgão responsável pela regulação dos serviços de saneamento em Araras.
Apesar da crise hídrica sofrida em 2015, o Saema ainda manteve, como vem acontecendo nos últimos anos, a tarifa mais barata da região e o valor cobrado do mínimo de 10 m³ (10 mil litros) passará de R$ 19,40 para R$ 24,79 – a nova tarifa valerá a partir de abril.
Com o reajuste, o valor por metro cúbico, até o mínimo de 10 m³, será de R$ 2,48, sendo desses R$ 1,38 para água e R$ 1,10 para esgoto, o que representa menos da metade dos R$ 5,13 cobrados das famílias de Americana, consumidoras do mesmo volume de água. Em Indaiatuba, a taxa também é maior do que a cobrada pelo Saema - mínimo por lá custa R$ 7,31. Em Campinas, o valor é R$ 6,41.
Se levarmos em conta as cidades que ficam em nossa região, ainda assim o município de Araras, mesmo com o aumento, mantém a tarifa mais barata, como, por exemplo, Leme (R$ 3,68), Pirassununga (R$ 3,45), Rio Claro (R$ 3,37), Limeira e Piracicaba (R$ 3,06) e Cordeirópolis (R$ 2,79).
“Realizamos estudos e análises contábeis, econômicas e financeiras para chegarmos ao percentual necessário a ser aplicado no reajuste nas tarifas de água e esgoto. Não podemos fugir desse número senão o futuro da autarquia pode ser comprometido em seus investimentos e compromissos”, disse Carlos Roberto de Oliveira, diretor administrativo e financeiro da Ares-PCJ, em reunião realizada com o Conselho de Regulação do Município no dia 29 de fevereiro.
Para Kleber Luzetti, membro do Conselho de Regulação, o momento é delicado para praticar aumento na tarifa, porém inevitável.
“Na atual situação não temos como fugir. Os números apresentados pela Ares-PCJ nos levam a entender a necessidade desse aumento para que o Saema continue prestando serviços de excelência a nossa população”, disse.
Além da recessão que o país enfrenta, o Saema também tem enfrentando o grande número de consumidores que tem deixado de pagar as suas contas. Para se ter uma ideia, em janeiro 10.684 contas não foram quitadas, o que representa 19,98% do faturamento - em 2015, a inadimplência foi de 28,55% durante o ano – atualmente, a autarquia mantém 45.540 ligações, considerando neste montante casos de isenções e prédios públicos.
Dos 53 municípios ao qual a Agência Reguladora Ares-PCJ é responsável, Araras ocupa a 14ª colocação entre as com tarifa mais barata, destacando que entre elas, com exceção de Valinhos, são municípios menores que Araras, como Analândia, Dois Córregos, Jaguariúna, Corumbataí, Louveira, Itirapina, Rafard, Rio das Pedras, Cosmópolis, Cerquilho, Monte Alegre do Sul e Saltinho.
Cota mínima
Em 2015 a Ares-PCJ, após audiência pública realizada na Câmara Municipal, definiu a nova cota mínima para o Município, passando de 18 m³ (18 mil litros) vigente até 2014, para 10 m³ (10 mil litros). A ação integrou a nova dinâmica de consumo após a crise hídrica.
Na ocasião, a Ares-PCJ constatou, analisando dados de consumo do Saema, que a cota mínima de 18 mil litros a R$ 27,93 praticada anteriormente era incompatível com a realidade da escassez hídrica com que o Município se deparava e também fugia ao que era praticado na grande maioria das cidades sob a sua jurisdição, passando-a, com base na reestruturação tarifária proposta, para 10 mil litros a R$ 19,40.
Com esta ação, mais da metade dos consumidores do Saema (51,80%) tiveram uma redução no valor das suas faturas já que esta parcela da população que consumia até 10 mil litros mensais, e também pagava R$ 27,93 passou, a partir de então, a pagar o novo valor da cota mínima de R$ 19,40.
Agora, com o novo reajuste aprovado para 2016, praticamente esta mesma parcela da população (48,95%) ainda continuará a pagar menos do que pagava em 2014, visto que a cota mínima de 10 mil litros passará para R$ 24,79, ou seja, R$ 3,14 mais barato que os R$ 27,93 praticado na época.
Investimentos
Apesar do valor cobrado pela tarifa em Araras, os investimentos não deixam de existir, como por exemplo, os três novos reservatórios de água que estão sendo instalados em três regiões diferentes da cidade: zonas sul, leste e oeste.
No ano passado o Saema realizou a modernização do Sistema de Captação de Água Bruta do Rio Mogi Guaçu - Karl Arthur Bollinger. No local, foram feitas reformas de modernização, como a substituição de duas bombas, instalação da terceira bomba e adequações elétricas, hidráulicas e civis.
A autarquia também realizou a perfuração de oito poços artesianos como estratégia para acionamento em caso de emergência decorrente da crise hídrica. Eles foram projetados para ser implantados em áreas pertencentes a prédios municipais e em regiões altas de alguns bairros.
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Saema/PMA
Foto (saema_tarifa) – Mesmo com aumento, Araras mantém tarifa mais barata entre as cidades da região – Crédito – Ederaldo Poy/Saema