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Notícias / Notícia em geral
Publicado em: 19/01/2015 às 16:08
Saema realiza testes para incluir Centro no racionamento
Equipes estão realizando manobras nos registros da rede para isolar tubulações que abastecem outras regiões da cidade e se interligam na região central

O Centro de Araras também será incluído no racionamento de água. Equipes do Saema (Serviço de Água, Esgoto e Meio Ambiente) estão realizando testes nas redes que passam pela região central da cidade, visando suspender o abastecimento no local, sem alterar o que já vem sendo praticado em relação a outros bairros.

As manobras nos registros da rede, semelhantes às realizadas em outros pontos da cidade, começaram na última terça-feira (13) e já vêm provocando diminuição da pressão da água e até interrupção do abastecimento em alguns pontos do Centro.

As redes que abastecem toda a cidade passam pela região central e se interligam em alguns pontos, o que faz com que o Centro, além de ter sua rede própria, também seja abastecido com a água que passa por estas linhas.

Outra característica que torna ainda mais complexas as manobras nessa região é a idade da rede, que em alguns quarteirões centrais chega a ter mais de 70 anos. “São vários desafios, desde os mapas existentes no Saema, que em alguns casos não condizem com a tubulação enterrada, até a dificuldade de se manusear registros tão antigos que praticamente nunca foram manobrados”, explica Felipe Dezotti Beloto, presidente interino do Saema.

“Estamos fazendo os testes justamente visando identificar onde estão estes pontos de interligação para conseguir isolar a tubulação que manda água também para o Centro, sem alterar o que já estamos fazendo em outros bairros da cidade, que já seguem o cronograma de racionamento 12hx36h”, acrescenta.
A expectativa é que a região central também passe a fazer parte deste sistema de racionamento em breve. “Os testes servem para que possamos incluir a região central na setorização da cidade, reestruturada recentemente pelo Saema. O abastecimento no Centro vai ficar um pouco confuso estes dias, pois ainda não temos como precisar os horários em que a água vai parar ou voltar por causa dos testes. Assim que tivermos concluído este trabalho, vamos divulgar informações mais precisas sobre o cronograma de racionamento no Centro”, informou.

Um conjunto de medidas a curto, médio e longo prazos foi anunciado na última sexta-feira (16), pela Prefeitura e pelo Saema, para enfrentamento da crise hídrica.

O anúncio foi feito por meio de um documento amplo, com um plano de metas da autarquia, contendo um diagnóstico da atual situação das estruturas de captação, reserva e distribuição de água, bem como sobre como estão os mananciais do município.

O material foi publicado na imprensa no último fim de semana e também está disponível no site da Prefeitura – www.araras.sp.gov.br – e da Câmara Municipal de Araras – www.araras.sp.leg.br.

“Agora estamos no verão, num mês que historicamente sempre foi de recarga das nossas represas e isso não está ocorrendo”, lembrou o prefeito Nelson Dimas Brambilla, durante coletiva realizada no Paço Municipal. “E ainda temos pela frente o ano todo e o período de estiagem”, acrescentou.

As ações mais imediatas serão financiadas, em boa parte, com recursos do Fundo soberano criado em 2009 no município justamente para assegurar dinheiro para o abastecimento de água e o saneamento. Esse fundo, hoje em dia com R$ 6,5 milhões, é composto de taxas cobradas dos empreendedores imobiliários, que têm que recolher 250 Ufesp (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) para cada 250 metros quadrados de novos lotes.

“Se não tivéssemos tido uma gestão absolutamente austera no Saema e não tivéssemos essa visão de futuro criando esse fundo, hoje nós estaríamos precisando correr atrás de outras verbas para fazer as obras mais urgentes que anunciamos”, ressaltou Brambilla.

Entre as medidas de curto prazo estão, por exemplo, a perfuração de oito poços artesianos em pontos estratégicos da cidade, a ampliação da captação de água do rio Mogi Guaçu – de 200 litros por segundo para 340 litros por segundo; o desassoreamento da represa Hermínio Ometto; a captação e transposição das águas dos ribeirões urbanos e das represas particulares da zona rural; o reflorestamento do entorno de represas e nascentes, além de campanhas de conscientização pelo uso racional da água, intensificação da fiscalização contra desperdícios e melhoria do atendimento telefônico do Saema.

Também serão suspensas imediatamente autorizações para novos parcelamentos de solo – novos loteamentos.
Já em médio prazo serão tomadas medidas como a troca de tubulações de água do Centro, onde se concentra a maior parte das perdas de água tratada registradas pelo Saema. A meta é reduzir essas perdas em 15% nos próximos 24 meses.

Conceder incentivo a produtores de água através da preservação de nascentes, incentivo este amparado em legislação específica, incentivar o reuso de água em residências e empresas, gerenciar contratos de grandes consumidores de água visando uso racional, estão também entre as medidas de médio prazo.

E em longo prazo, a meta é preparar a construção de uma nova represa, implantar o Sabaz-Norte, conjunto de obras para melhorar o abastecimento da região norte da cidade e realizar estudos para uma nova ETA (Estação de Tratamento de Água) para a região leste da cidade.

“Não estamos parados. A crise veio para nos ensinar e fazer com que tenhamos um grande salto de qualidade no uso da água”, disse o prefeito Brambilla. “Com a colaboração de todos vamos atravessar esse período crítico e sairemos melhores dele”, finalizou.

O presidente interino do Saema reitera que o racionamento não muda por enquanto, mantendo-se no sistema de 12h com água por 36h sem água.

“Nosso objetivo primeiro é poupar nossas represas, abastecendo a cidade praticamente só com o que retiraremos do Mogi, excepcionalmente. Só assim, e ainda dependendo das chuvas, teremos condições de ajudar na recuperação das nossas represas”, disse o presidente.

Secom/PMA