O racionamento de água foi intensificado em Araras nesta sexta-feira (12). A partir desta data, em sistema de rodízio, a cada 12 horas com água, o abastecimento ficará suspenso por 36 horas.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa concedida no Saema (Serviço de Água, Esgoto e Meio Ambiente), pelo presidente da autarquia, Felipe Dezotti Beloto.
A medida é justificada, segundo o Saema, pela escassez de chuvas de intensidade suficiente para repor os estoques de água bruta das represas do município, que atualmente estão sem condições de fornecer água para a cidade: a Antonio Meneghetti (Tambury), a João Ometto Sobrinho (Água Boa) e a Hermínio Ometto.
Desde 16 de outubro, a cidade já havia adotado um racionamento de água mais brando – 12h por 12h, ou seja, com água nas torneiras entre 18h e 6h da manhã e abastecimento interrompido entre 6h e 18h, em todas as regiões.
Na semana passada, a Prefeitura de Araras e o Saema anunciaram tratativas com a Usina São João para transpor água de um dos reservatórios da empresa para a represa Hermínio Ometto, trabalho que poderá começar nos próximos dias.
Apesar destas iniciativas, segundo o presidente a autarquia, com as represas sem condições de fornecimento devido ao baixo nível de água ou mesmo esgotamento, a única alternativa de abastecimento da cidade no momento é o Rio Mogi Guaçu, de onde são captados 200 litros por segundo.
“Daí nossa necessidade de racionar ainda mais a água. Teremos que suprir a cidade neste período crítico apenas com o que conseguiremos captar do Rio Mogi Guaçu, rezando para que chuvas no sudeste ajudem a melhorar a condição do rio, senão, a situação pode ficar ainda pior”, alertou Beloto.
O presidente do Saema fez outro alerta, em relação às chuvas, que embora tenham voltado a ocorrer, vem caindo de forma irregular e insuficiente para amenizar a crise hídrica na região. “Essa chuva dos últimos dias não melhorou em nada nossa situação. Até pelo contrário, os níveis das represas caíram ainda mais, provavelmente porque muitas pessoas, quando percebem que está chovendo, elevam o consumo de água”, disse ele.
Cidade dividida em dois setores
Para implementar o racionamento 12x36h em rodízio, o Saema dividiu a cidade em dois setores. O Setor 1 abrange as regiões sul e oeste; o Setor 2 engloba as regiões norte e leste. A região central também sentirá os efeitos do rodízio, em dimensão que ainda está sendo estudada pelo Saema, pelo fato de ser abastecida pela chamada “linha mestra”, um duto de maior calibre que sai da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Jardim Cândida e abastece o Hospital São Luiz.
Já no Setor 1 (sul e oeste), a água retorna às torneiras às 18h deste sábado (13/12) até as 6h do domingo (14/12). Depois, o abastecimento só será retomado às 18h da segunda-feira (15/12). No Setor 2 (leste e norte), a água retornará às torneiras às 18h desta sexta até as 6h deste sábado. Depois, só volta às 18h de domingo.
Dessa forma, para cada período de 12 horas com água, se seguirá um período de 36 horas - um dia e meio - sem água.
Confira quais bairros pertencem a cada um dos setores em infográfico que está disponível no site da Prefeitura - www.araras.sp.gov.br - e na página da Prefeitura no Facebook.
Conforme Beloto, antes do racionamento, o consumo de água em Araras era de 51 milhões de litros/dia. Com a primeira fase do racionamento, o consumo caiu para 39 milhões. Agora, com a restrição mais intensa, o objetivo é de que esse consumo caia ainda mais, para 20 milhões de litros/dia.
O presidente do Saema lembra que a realidade da crise hídrica requer mudanças de comportamento. “Nós não podemos mais ficar falando que precisa chover tantos milímetros para termos água. O que temos que fazer é mudar nossa mentalidade e dar à água o verdadeiro valor, usando-a com cuidado, sem desperdício. Só com o envolvimento da sociedade conseguiremos enfrentar este momento crítico”, disse.
Para o prefeito Nelson Dimas Brambilla, que também participou da coletiva com Beloto, o momento é de revisão de atitudes. “Estamos vendo até mesmo o Governo do Estado alterando o comando de órgãos que lidam com o abastecimento de água e os recursos hídricos. Precisamos de uma nova postura para assegurar nossos recursos naturais. Estamos fazendo muitos esforços mas é preciso se adequar à realidade e se a sociedade contribuir, vamos passar por mais essa e sairemos com outra mentalidade em relação à água”, afirmou.
Secom/PMA