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Publicado em: 28/03/2014 às 16:34
Cetesb garante segurança na instalação da FMC
Confirmação foi feita pelo gerente da agência de Mogi Guaçu Paulo Roberto Bantim de Souza, durante audiência pública realizada no Centro Cultural, na última quinta-feira (27)

A audiência pública realizada pela Prefeitura de Araras para ampliar o debate sobre a instalação da multinacional FMC Agricultural Solutions na cidade resultou em esclarecimentos importantes sobre as práticas da empresa, fabricante de defensivos agrícolas. O evento aconteceu no Centro Cultural “Leny de Oliveira Zurita”, na última quinta-feira (27).

Para melhor organização dos trabalhos, a audiência foi dividida em três fases: abertura com explicações sobre o funcionamento da empresa, questionamentos dos munícipes e considerações finais. Foram realizados blocos com duas perguntas cada, que podiam ser feitas oralmente ou por escrito.

A mesa foi composta pelo prefeito Nelson Dimas Brambilla, o presidente da Câmara Municipal Breno Cortella, o promotor de meio ambiente de Araras Dr. Leonardo Augusto Gonçalves, o gerente da agência ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) de Mogi Guaçu Paulo Roberto Bantim de Souza, o engenheiro de riscos tecnológicos da Cetesb/SP José Carlos de Moura Xavier, além do diretor de supply chain da FMC André Cordeiro, do gerente do projeto Araras da FMC Otávio Gerbasi e da diretora de Registro para América Latina da FMC, Maria de Lourdes S. Fustaino.

O evento foi mediado pelo secretário de Comunicação Social e Institucional Rafael Faria, com apoio do chefe de Gabinete Leo Gurnhak e do secretário municipal de Assuntos Jurídicos Sérgio Coletti Pereira do Nascimento.

Respondendo a questionamentos sobre a licença ambiental, o gerente da Cetesb/Mogi Guaçu confirmou que não há irregularidades no processo de licença prévia e instalação da empresa.

“Tenho convicção na análise técnica realizada pelos engenheiros e demais profissionais da agência. A nossa análise foi feita sem paixão e constatamos que a produção da empresa será feita de maneira segura e controlada, sem riscos à população”, confirmou Souza.

O gerente enfatizou ainda que o licenciamento ainda está em andamento e que o debate para esclarecimentos é positivo. Ele também respondeu a questionamentos sobre como é feito o licenciamento ambiental de empresas que fabricam produtos considerados perigosos.

 

“Para emitir a licença, são analisados critérios como o tipo de substância, a quantidade e qual é a vulnerabilidade do entorno. Além disso, solicitamos à empresa a elaboração do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), que está sob avaliação da agência ambiental”, ressaltou.

O gerente afirmou que a empresa garantiu em seus relatórios que não irá emitir qualquer tipo de efluentes tóxicos. “A matéria-prima utilizada não é resíduo. A Cetesb analisa se o resíduo é tóxico e se essa sobra do processo produzido pode ser poluente e prejudicial à população”, completou.

Empresas alimentícias
Sobre a proximidade da FMC com empresas de produtos alimentícios, a Cetesb também garantiu que não há irregularidades. “É difícil dizer que a empresa alimentícia localizada próxima ao terreno onde será instalada a FMC será prejudicada. Esta empresa já está inserida dentro de um Distrito Industrial, que já conta com um indústria química e um posto de gasolina, e portanto já exposta ao risco”, confirma.

O prefeito Nelson Dimas Brambilla também se manifestou sobre o tema. “Valorizamos a preocupação da empresa de alimentos e estamos conversando para tentar alinhar isso. Conversei informalmente também com diretores de outra grande empresa alimentícia da cidade e eles me garantiram que não haverá problemas se a FMC vier para Araras”, manifestou-se.

Controle ambiental e segurança
Antes dos questionamentos, a empresa FMC apresentou o projeto da planta de Araras e esclareceu que o processo produtivo não irá gerar resíduos tóxicos. O diretor de supply chain da FMC André Cordeiro explicou que todo o piso da fábrica será impermeável e que a água dispensada na empresa será reaproveitada.

“Iremos construir uma bacia para contenção de água, com capacidade para armazenar 1 milhão de litros. Faremos o recolhimento de água da chuva e a reaproveitaremos para jardinagem e outras atividades da empresa. Além disso, será realizado todo o monitoramento do lençol freático e constante controle da emissão de gases”, explicou.

O diretor de negócios da FMC Ronaldo Pereira adiantou que a planta de Araras será construída com a mais moderna tecnologia. “O sistema fabril da FMC é fechado e procura eliminar o mínimo de resíduos. Há um controle ambiental rígido, muito diferente do que era aplicado há 30 anos atrás”, disse ele, que ainda completou que os resíduos serão retirados da fábrica e imediatamente incinerados.

O gerente do projeto Araras Octavio Gerbasi também respondeu a perguntas relacionadas aos riscos que a instalação da empresa pode apresentar à população. “Há procedimentos rigorosos de segurança na empresa, porque entendemos que o maior risco de acidentes pode ser provocado pelo comportamento humano inseguro. Por isso, os funcionários são integrados aos conceitos de segurança e sustentabilidade da empresa para que evitem acidentes de qualquer natureza”, disse Gerbasi.

André Cordeiro também assegurou que a fábrica de Araras foi projetada com infraestrutura capaz de evitar riscos até no pior cenário possível. “O sistema de proteção é projetado sempre acima do que é permitido na legislação. Atuaremos sempre de maneira hábil para evitar qualquer tipo de contaminação ou acidente”, assegurou.

O prefeito Nelson Dimas Brambilla, que visitou a FMC de Uberaba, na última terça-feira (25), disse estar tranquilo quanto às práticas produtivas da empresa. “Conheci a fábrica de perto e não vi perigo quanto à contaminação e riscos. A fábrica não tem caldeira, não emite cheiro e muito menos fumaça tóxica. Liguei para a secretária de Saúde de Uberaba e ela me relatou que nunca houve acidentes com funcionários na empresa. Esta audiência foi produtiva, pois ampliou a discussão e esclareceu outras dúvidas que restaram da primeira audiência, realizada pela Câmara Municipal”, afirmou o prefeito.

Arrecadação de impostos e geração de empregos
Os representantes da FMC e o prefeito Brambilla também responderam a perguntas relacionadas à arrecadação de impostos e geração de empregos na cidade, com a instalação da empresa. O gerente do projeto Araras Otávio Gerbasi fez uma estimativa de que a arrecadação anual, em um futuro próximo, pode chegar a aproximadamente R$1 bilhão anual.

“A estimativa inicial é que a arrecadação chegue a R$ 700 mil ou R$ 800 mil. Quanto aos empregos, poderão ser gerados de 100 a 120 vagas diretas”, afirmou Gerbasi.

O prefeito Brambilla reforçou que as questões econômicas não podem ser deixadas de lado. “A FMC irá figurar entre as três empresas que mais arrecadarão impostos na cidade e estes benefícios econômicos não podem ser deixados de lado. Precisamos tomar cuidado com opiniões e pré-conceitos, e perceber que aqueles que são contra a vinda da empresa representam uma minoria da população”, concluiu o prefeito.

Transparência e democracia
O promotor do Meio Ambiente de Araras Dr. Leonardo Augusto Gonçalves falou da importância da discussão sobre a vinda da empresa e que a presença da Cetesb foi esclarecedora para avaliar alguns apontamentos quanto ao processo de licenciamento.

“Estudei o processo para buscar mais esclarecimentos, reuni informações sobre a empresa e quero estar a par da situação. A função do Ministério Público é fazer uma análise técnica e jurídica, deixando de lado o olhar político ou ideológico sobre o tema”, esclareceu o promotor.

O presidente da Câmara Municipal Breno Cortella reforçou que a audiência ampliou as discussões. “Essa audiência é um momento democrático e de esclarecimento de dúvidas para tentarmos construir uma opinião mais firme e consistente sobre a empresa. Para quem quiser tirar dúvidas, o processo de licença que é emitido pela Cetesb está disponível para consulta no Legislativo”, afirmou Breno.

Também estiveram presentes à audiência a primeira-dama e presidente do Fuss (Fundo Social de Solidariedade) Elaine Brambilla, o vice-prefeito Carlos Alberto Jacovetti, secretários da administração municipal, os vereadores Eder Müller, Carlos José da Silva Nascimento (Zé Bedé), Francisco Nucci Neto, Anete Monteiro dos Santos Casagrande, Marcelo de Oliveira, Valdevir Carlos Anadão (Professor Dê), Eduardo Elias Dias (Dú Segurança), além do engenheiro João Carlos Reis Pinto da Cetesb/Mogi Guaçu e de Marcus Vinicius Lopes da Silva, que integra a secretaria executiva do CBH Mogi.

Participaram também do evento o gerente de projeto da Investe SP – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, do Governo do Estado, Gustavo Assunção Faria e o gerente geral de investimentos da Investe SP Wanios Ribeiro.

Horácio Busolin Júnior /Secom